<em>Agente Laranja</em> ainda faz vítimas
Os efeitos da dioxina – mais conhecida como Agente Laranja – sobre o sangue, os genes e o sistema imunológico das pessoas vão ser apresentados por cientistas vietnamitas numa conferência internacional prevista para Oslo, Noruega, de 21 a 26 de Agosto.
Segundo o médico Le Ke Son, da Junta Nacional Permanente que acompanha os problemas toxiológicos e químicos, o resultado dos estudos já levados a cabo pelo Vietname foram debatidos num encontro realizado a semana passada em Hanói. Trata-se da fase preliminar de uma investigação a efectuar à escala nacional sobre a situação das vítimas do Agente Laranja, a fim de definir a política de ajuda a implementar. A coordenação desta tarefa está a cargo do Ministério do Trabalho, Inválidos de Guerra e Assuntos Sociais.
O problema assume particular importância na medida em que o Vietname, durante a guerra de 1963 a 1974, foi intensamente bombardeado pelos Estados Unidos com armas químicas, com consequências terríveis para as pessoas e o meio ambiente.
Segundo a Associação de Vítimas do Agente Laranja, as forças norte-americanas flagelaram o país, durante a guerra, com 80 milhões de litros de desfolhante, incluindo mais de uma tonelada de dioxina.
O Agente Laranja contém um dos mais fortes venenos existentes, uma variação da dioxina chamada TCCD. Após desfolhar a floresta, a dioxina espalhava a sua toxina pela cadeia alimentar, prolongando no tempo os seus efeitos devastadores.
Arma de destruição massiva
Os danos causados pelo Agente Laranja são muito mais graves do que se imaginava na época em que a guerra acabou, mas Washington continua a negar qualquer responsabilidade legal ou moral pelo legado tóxico que deixou no Vietname.
Os estudos que têm vindo a ser realizados não deixam no entanto margem para dúvidas de que a guerra química contra o Vietname foi uma pesada violação dos direitos humanos da população civil e uma arma de destruição em massa. Arnold Scheiter, um americano especialista em contaminação por dioxina, examinou em 2003 o solo da região em que funcionava a antiga base militar de Bien Hoa, onde os EUA armazenavam o Agente Laranja, e descobriu que ele continha um nível de TCDD 180 milhões acima do nível considerado seguro pela agência de protecção ambiental americana.
Dos quatro milhões e 800 mil vietnamitas que estiveram expostos aos agentes químicos norte-americanos, cerca de três milhões continuam a sofrer ainda hoje as sequelas dessa barbárie. Segundo a Cruz Vermelha local, pelo menos 150 000 crianças têm problemas de saúde devido à exposição a que os pais estiveram sujeitos ou à disseminação do Agente Laranja pela cadeia alimentar (trata-se sobretudo de crianças nascidas com malformações, sem olhos, braços ou órgãos internos).
Segundo o médico Le Ke Son, da Junta Nacional Permanente que acompanha os problemas toxiológicos e químicos, o resultado dos estudos já levados a cabo pelo Vietname foram debatidos num encontro realizado a semana passada em Hanói. Trata-se da fase preliminar de uma investigação a efectuar à escala nacional sobre a situação das vítimas do Agente Laranja, a fim de definir a política de ajuda a implementar. A coordenação desta tarefa está a cargo do Ministério do Trabalho, Inválidos de Guerra e Assuntos Sociais.
O problema assume particular importância na medida em que o Vietname, durante a guerra de 1963 a 1974, foi intensamente bombardeado pelos Estados Unidos com armas químicas, com consequências terríveis para as pessoas e o meio ambiente.
Segundo a Associação de Vítimas do Agente Laranja, as forças norte-americanas flagelaram o país, durante a guerra, com 80 milhões de litros de desfolhante, incluindo mais de uma tonelada de dioxina.
O Agente Laranja contém um dos mais fortes venenos existentes, uma variação da dioxina chamada TCCD. Após desfolhar a floresta, a dioxina espalhava a sua toxina pela cadeia alimentar, prolongando no tempo os seus efeitos devastadores.
Arma de destruição massiva
Os danos causados pelo Agente Laranja são muito mais graves do que se imaginava na época em que a guerra acabou, mas Washington continua a negar qualquer responsabilidade legal ou moral pelo legado tóxico que deixou no Vietname.
Os estudos que têm vindo a ser realizados não deixam no entanto margem para dúvidas de que a guerra química contra o Vietname foi uma pesada violação dos direitos humanos da população civil e uma arma de destruição em massa. Arnold Scheiter, um americano especialista em contaminação por dioxina, examinou em 2003 o solo da região em que funcionava a antiga base militar de Bien Hoa, onde os EUA armazenavam o Agente Laranja, e descobriu que ele continha um nível de TCDD 180 milhões acima do nível considerado seguro pela agência de protecção ambiental americana.
Dos quatro milhões e 800 mil vietnamitas que estiveram expostos aos agentes químicos norte-americanos, cerca de três milhões continuam a sofrer ainda hoje as sequelas dessa barbárie. Segundo a Cruz Vermelha local, pelo menos 150 000 crianças têm problemas de saúde devido à exposição a que os pais estiveram sujeitos ou à disseminação do Agente Laranja pela cadeia alimentar (trata-se sobretudo de crianças nascidas com malformações, sem olhos, braços ou órgãos internos).